CUT 40 Anos

Conheça os vencedores do Prêmio CUT, “Democracia e Liberdade Sempre”

Depois de um lapso temporal de cinco anos devido a conjuntura política do país, o Prêmio CUT, “Democracia e Liberdade Sempre”, está de volta homenageando quem resistiu e lutou por nossos direitos

Reprodução

Escrito por: Redação CUT

O “Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre” volta à cena para homenagear pessoas e instituições comprometidas com os princípios de liberdade e da democracia, com o objetivo de manter viva a memória das conquistas cidadãs e da classe trabalhadora e de destacar a importância de fatos da história recente do país. O último Prêmio CUT foi em 2017, o hiato de cinco anos ocorreu devido a conjuntura política do país, com o golpe no ano anterior que retirou da Presidência da República, Dilma Rousseff.

Nesta 4ª edição com o tema “Juntos para reconstruir o Brasil”, o prêmio faz referência ao momento em que vivemos no Brasil, de retomada, união e renovação, mas também de resistência e vigilância, porque aqueles que tentaram destruir o país seguem à espreita.

Para cada uma das seis categorias, foram três indicados, escolhidos previamente por uma comissão instituída pela CUT, com participação de personalidades que se dedicam à defesa da democracia e da liberdade. A votação foi por meio do site www.premio.cut.org.br.

Os vencedores

Categoria: Personalidade de destaque na luta por Democracia, Cidadania e Direitos Humanos

Vencedor: Padre Júlio Lancelotti – Incansável defensor dos direitos humanos, em especial da população em situação de rua.

Nesta categoria concorreram também:

Adriana Dias (In memorian) – Antropóloga, feminista, antifascista e militante pelos direitos de pessoas com deficiência e doenças raras. Adriana faleceu em janeiro de 2023.

Kenarick Boujikian – Ex- Juíza do Tribunal de Justiça de São Paulo, conhecida pela sua militância na defesa dos Direitos Humanos.

Categoria: Personalidade de destaque na luta por Democracia e Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras

Vencedora: Cida Gonçalves – Ministra das Mulheres do Governo Lula, incansável militante pelos direitos das mulheres.

Concorreram ao prêmio:

Avelino GanzerTrabalhador rural, destaque como liderança sindical na região Norte, durante os anos de luta contra a ditadura militar. Ajudou a fundar a CUT.

Leonardo Sakamoto – Premiado jornalista, com destaque na defesa dos direitos humanos, fundador da ONG Repórter Brasil que investiga e denuncia situações que ferem direitos trabalhistas e causam danos socioambientais no Brasil trabalho análogo à escravidão.

Categoria 3 – Personalidade de destaque na luta por Democracia e Justiça pelos Povos Originários, das Águas e das Florestas

Vencedora: Mãe Bernadete (in memorian) – Ialorixá, ativista e líder quilombola, da Coordenação Nacional de Articulação Quilombola e líder do Quilombo Pitanga em Simões Filho, foi assassinada em 17 de agosto de 2023.

Concorreram: Davi Kopenawa – Xamã e importante líder político Yanomami,, é presidente da Hutukara Associação Yanomami, entidade indígena de ajuda mútua e etnodesenvolvimento. É autor do Livro “A queda do céu”.

Txai Suruí – Líder indígena ativista brasileira da etnia Suruí, é coordenadora do Movimento da Juventude Indígena e trabalha na organização não governamental de defesa dos direitos indígenas Kanindé.

Categoria 4 – Personalidade de destaque na luta por Democratização da Comunicação, Imprensa Livre e combate às Fake News

Vencedor: Leandro Demori – Jornalista e escritor especializado em jornalismo investigativo com ênfase em sistemas mafiosos, Demori foi editor-executivo do site The Intercept Brasil, de 2017 a 2022.

Concorreram: Maria Bopp – Atriz e roteirista, conhecida nas redes sociais por pelas ácidas críticas ao governo Bolsonaro, à Operação Lava Jato e a medidas autoritárias e machistas constantes em nossa sociedade.

Sérgio Amadeu da Silveira – Sociólogo brasileiro, graduado em Ciências Sociais e doutor em Ciência Política pela USP; professor da Universidade Federal do ABC (UFABC). É defensor e divulgador do Software Livre e da Inclusão Digital no Brasil.

Categoria 5 – Entidade de Destaque na luta por Democracia e Liberdade no Brasil e no Mundo

Vencedor: Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Terra (MST)– Movimento de ativismo político e social brasileiro cuja origem, em 1984, se deu pela oposição ao modelo de reforma agrária imposto pelo regime militar. O MST busca até hoje, fundamentalmente, a redistribuição das terras improdutivas.

Concorreram:

Marcha Mundial das Mulheres – MMM – Movimento feminista internacional, que se iniciou em 2000, com a finalidade de realizar uma campanha mundial contra a pobreza e a violência contra as mulheres.

Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem-Teto – MTST – Movimento de caráter social, político e popular fundado em 1997 que luta pelo direito à moradia, pela reforma urbana e pela diminuição da desigualdade social.

Categoria 6 – Entidade de destaque na luta por Democratização da Comunicação, Imprensa Livre e combate às Fake News

Vencedor: Revista Fórum – Em formato digital, a Fórum também é um conceituado veículo de comunicação que faz contraponto à mídia tradicional.

Concorreram:

GGNVeículo de jornalismo independente com reportagens especiais, artigos de opinião, crônicas e conteúdos colaborativos com característica de pluralidade de ideias e aprofundamento das pautas de interesse nacional, em contraponto às publicações da mídia comercial.

TVT – A TV dos Trabalhadores é uma emissora de televisão sediada em São Bernardo do Campo, controlada pela Fundação Sociedade, Comunicação, Cultura e Trabalho, ligada ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Surgiu com o objetivo de registrar e documentar em vídeo a história e atividades do sindicato e, hoje, se pauta pela pluralidade, direitos humanos e da classe trabalhadora, cidadania, além de arte, cultura.

Veja aqui a biografia detalhada de cada um dos indicados

Galeria de premiados

Ao longo dos anos, desde 2010, em sua primeira edição o prêmio CUT já homenageou importantes figuras da história recente do Brasil. Entre elas, Frei Betto, Maria da Penha, Dom Pedro Casaldáliga, Luiz Inácio Lula da Silva, Julio de Grammont, Henfil, Margarida Alves, Marilena Chauí, Luiz Gushiken e Chico Buarque

Veja aqui os premiados na 1ª edição

Veja aqui os premiados na 2ª edição

Veja aqui os premiados na 3ª edição

História

A Central Única dos Trabalhadores promove o Prêmio CUT Democracia e Liberdade Sempre, desde 2011, quando correu a primeira edição. O Manifesto de Lançamento da premiação foi apresentado no dia 13 de dezembro de 2010, em um ato público realizado no Rio de Janeiro, na data em que foram completados 42 anos do AI-5.

O contexto original à época da criação era manter acesa a chama da luta por democracia. Isso porque ao longo do século passado, a democracia e a liberdade sempre sofreram duros ataques. O pior e mais longo período de cerceamento de liberdade foi a ditadura militar que perdurou por mais de duas décadas, a partir do golpe de 1964.

Mas, a mobilização popular fez com que o Brasil caminhasse para a democracia, colocando fim àquele período sombrio e restabelecendo direitos como o de eleger presidentes do país.

“Junto com a luta pela democracia, os brasileiros também foram reconquistando, aos poucos, a liberdade que lhes havia sido sequestrada pelo golpe de 1964 e efetivamente suprimida pelo Ato Institucional nº 5, em 1968. Censura e proibição do direito de reunião, de opinião e de expressão foram algumas das facetas da liberdade roubada da Nação naquele período”, diz trecho da apresentação do Prêmio CUT

No entanto, para que a liberdade e a democracia se consolidem – inclusive com a garantia de direitos fundamentais para o exercício da cidadania – é preciso vigilância constante. E, para isso, a sociedade e suas entidades, além de manterem viva a história do país, devem perpetuar os dois valores para que as futuras gerações os defendam com o mesmo vigor com que milhões de brasileiros defenderam – centenas com a própria vida – ao longo do século passado e nesta primeira década do século XXI.

E manter viva essa chama é o propósito do Prêmio CUT – Liberdade e Democracia Sempre.

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