Contra avanço da Covid, Anvisa aprova nova vacina e uso de máscaras nos aeroportos

Nova vacina deverá chegar ao Brasil nas próximas semanas. Uso de máscaras para evitar disseminação do coronavírus volta a ser obrigatória em aeroportos e aviões

Tania Rego/Agência Brasil

Escrito por: Redação CUT/Texto: André Accarini | Editado por: Marize Muniz

O aumento de casos de Covid-19 nos últimos dias, provocado pelas subvariantes da Ômicron (BA.1, BA.4 e BA.5), tem levado autoridades do mundo todo a tomar medidas em caráter de urgência para conter o que já vem sendo considerado uma nova onda de infecções. No Brasil, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu, nesta terça-feira (22), aprovar a nova vacina e determinar o uso obrigatório de máscaras nos aeroportos, aviões e ônibus.

As medidas são para conter a disseminação da doença que, em 14 dias, de 9 a 22 deste mês, infectou um total de 196.660 pessoas no país, sendo 52.657 contraíram a doença nesta terça-feira (22), dia em que morreram 248 pacientes em consequência de complicações causadas pela Covid-19.

Decisões da Anvisa

Para conter o avanço do vírus em locais de grande circulação e pouca ventilação, a Anvisa determinou a volta do uso obrigatório de máscaras tanto em aeroportos como em voos comerciais.

A resolução, aprovada por unanimidade pelos diretores da Agência, diz textualmente que é  ‘obrigatório, tanto no interior dos terminais aeroportuários e aeronaves, como em meios de transporte (como ônibus) e outros estabelecimentos localizados nessas áreas”.

A resolução ainda traz recomendações quanto ao uso. As máscaras, que devem ser específicas para evitar contaminações (não serão permitidas bandanas e lenços como máscaras) “devem estar ajustadas ao rosto, cobrindo o nariz, queixo e boca e a remoção só será permitida para hidratação e alimentação”. Crianças até três anos, com transtorno do espectro autista e deficiências ficam liberadas do uso.

A obrigatoriedade havia sido suspensa em 17 de agosto quando a Agência chegou à conclusão de que o cenário da pandemia permitia que o uso fosse apenas recomendado.

Vacina

A Anvisa também autorizou, nesta terça-feira, o uso emergencial de duas vacinas bivalentes contra a Covid-19. Produzidas pela Pfizer, elas fazem parte de uma nova geração de imunizantes e protegem contra a cepa original do vírus e contra as subvariantes da  Ômicron.

Durante a reunião que terminou com a aprovação do uso emergencial, ao votar, a diretora relatora da Anvisa, Meiruze Freitas, afirmou que as vacinas bivalentes já são usadas em vários países e que as vacinas originais continuam eficazes. “Continuam oferecendo a mesma proteção, prevenindo casos graves e mortes”, explicou a diretora sobre as vacinas convencionais e completou e que “as bivalentes acrescentam uma opção de imunização”.

Mariuze ainda ressaltou a importância da vacinação porque, segundo ela, ainda não é possível saber a gravidade das variantes BA.4/BA.5.

Quando estará disponível?

De acordo com os diretores da Anvisa, a estimativa de chegada da nova vacina é ‘para as próximas semanas’, sem especificar exatamente quantas semanas seriam. No entanto, eles ressaltaram que as vacinas atuais (monovalentes) continuam disponíveis para aplicação em postos de saúde e devem ser utilizadas tanto como imunização primária (1ª dose) como em doses de reforço.

A vacina bivalente poderá ser utilizada somente em quem já tem o esquema vacinal completo, funcionando como dose de reforço na população acima de 12 anos. O imunizante terá como identificação o frasco com tampa na cor cinza.

A responsabilidade pela compra do imunizante é do Ministério da Saúde que hoje já tem um contrato para a aquisição de 100 milhões de doses da Pfizer e que garante ainda ao ministério acrescer 50 milhões de doses que podem, inclusive, ser dos imunizantes atualizados.

Aprovação

Em 18 de agosto deste ano, a Pfizer havia enviado à Anvisa um pedido para liberação de uma vacina que oferecia proteção contra a subvariante BA.1 da Ômicron.

No dia 30 de setembro, a empresa enviou uma nova solicitação de liberação de um imunizante que ampliava a proteção às variantes BA.4 e BA.5.

O prazo para a aprovação por parte da agência era de 30 dias a contar do último pedido, no entanto, só ocorreu nesta terça-feira já que havia recebido parecer técnico de especialistas somente no início de novembro.

Total de imunizados

De acordo com dados levantados pela Universidade Johns Hopkins e Ministério da Saúde, além do consórcio de imprensa, um total de 172.862.664 brasileiros e brasileiras já foram imunizados com o esquema vacinal completo. O total de doses aplicadas soma 473.459.277.

A Covid-19 já vitimou 689.155 pessoas no Brasil desde o início da pandemia, em março de 2020. No total já foram notificados 35.052.152 casos.

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