Publicado: 15 Junho, 2020 – 11h23 | Última modificação: 15 Junho, 2020 – 11h51
Sara é a ativista que ameaçou o ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, responsável pelo no inquérito que apura manifestações de rua antidemocráticas, e já havia sido alvo no fim do mês passado de mandado de busca e apreensão em outro inquérito no STF, o que apura as fake news, também sob a responsabilidade de Moraes.
Em 27 de maio, depois da operação da PF que confiscou seu celular e computador, Sara publicou vídeos no Twitter dizendo que não seria calada, que era resiliente, que se Moraes morasse em Brasília ela iria para a porta dele para convidá-lo a trocar soco com ela. “Juro por Deus, eu queria trocar soco com esse filho da puta desse arrombado. Infelizmente eu não posso. Mas eu queria. Ele mora lá em São Paulo, né? Você me aguarde, Alexandre de Moraes. O senhor nunca mais vai ter paz na vida do senhor”, afirmou ela no vídeo.
Depois que o acampamento do grupo 300 do Brasil, de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), foi desmontado pela polícia no fim de semana, alguns manifestantes foram a sede do STF soltar fogos de artifício e ameaçar os magistrados.
As reações dos ministros do Supremo foram duras. Alexandre de Moraes disse em postagem do Twitter que a Corte não ia se curvar às agressões e que a lei seria rigorosamente cumprida.
O STF jamais se curvará ante agressões covardes de verdadeiras organizações criminosas financiadas por grupos antidemocraticos que desrespeitam a Constituição Federal, a Democracia e o Estado de Direito. A lei será rigorosamente aplicada e a Justiça prevalecerá.
— Alexandre de Moraes (@alexandre) June 14, 2020
Já o ministro Luís Roberto Barroso disse, também por meio de postagem no seu perfil no Twitter, que há diferença entre militância e bandidagem.
Há no Brasil, hoje, alguns guetos pré-iluministas. Irrelevantes na quantidade de integrantes e na qualidade das manifestações. Mas isso não torna menos grave a sua atuação. Instituições e pessoas de bem devem dar limites a esses grupos. Há diferença entre militância e bandidagem.
— Luís Roberto Barroso (@LRobertoBarroso) June 14, 2020
Gilmar Mendes disse que a violência desafia os limites da liberdade de expressão e parabenizou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que demitiu o sub-comandante da Polícia Militar que não agiu para impedir o ato de sábado contra o STF.
O ódio e as ameaças do vídeo são lamentáveis. A incitação à violência desafia os limites da liberdade de expressão. Parabenizo o @correio pela corajosa cobertura desses atos e o governador @IbaneisOficial pelas medidas de segurança. https://t.co/NegkDHJOlS
— Gilmar Mendes (@gilmarmendes) June 14, 2020
Na noite deste domingo (14), a PGR instaurou uma investigação preliminar sobre o ato e determinou a investigação preliminar, em resposta a um pedido do presidente da corte, Dias Toffoli. Ontem, Toffoli citou o manifestante Renan da Silva Sena e pediu que ele seja investigado pelos crimes de calúnia, injúria e difamação. Renan foi preso ontem mesmo pela Polícia Civil do Distrito Federal.
As prisões de Sara e dos outros cinco membros do grupo foram decretadas por Alexandre de Moraes a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito que apura manifestações de rua antidemocráticas. Os pedidos de prisão foram apresentados na última sexta-feira (12), e são temporários, ou seja, têm duração de cinco dias
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), há indícios de que o grupo continua organizando e captando recursos financeiros para ações que se enquadram na Lei de Segurança Nacional, que define crimes contra a ordem política e social.
Escrito por: Redação CUT