PAUTA DO TRABALHADOR

CUT e centrais levam pauta da classe trabalhadora a ministros

Trabalhadores e trabalhadoras recebem representantes do governo em plenária em defesa dos direitos, realizada no ‘22 de Maio em Brasília’

Fotos: Gilberto Soares (Giba)

Escrito por: Carolina Servio e André Accarini

Os milhares de trabalhadores e trabalhadoras que foram nesta quarta-feira (22) a Brasília reivindicar a reconstrução de direitos perdidos pelos brasileiros nos últimos anos, assim como a manutenção e melhoria de políticas públicas, a ampliação e a garantia de direitos para a classe trabalhadora, conversaram durante uma plenária com representantes do governo federal, entre eles, o chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, e a ministra em exercício do Ministério das Mulheres, Maria Helena Guarezi. 

A plenária foi organizada pelas entidades de trabalhadores que mobilizaram as ações deste 22 de maio em Brasília. Os representantes do governo foram recebidos pelos presidentes das centrais sindicais e outros dirigentes nacionais. O ato começou com a concentração às 8h no estacionamento entre a Torre da TV e a antiga Funarte. Na sequência, os manifestantes participaram da plenária com os dirigentes sindicais e representantes do governo, e por fim seguiram em marcha pela Esplanada dos Ministérios. 

A ministra em exercício das Mulheres  foi a primeira a falar aos manifestantes, chamando atenção para a necessária participação dos sindicatos com a Lei nº 14.611, sancionada pelo presidente Lula ainda em 2023, com o objetivo de fiscalizar e fomentar a igualdade salarial entre homens e mulheres. A ministra em exercício afirmou que a “lei da transparência, e por isso obriga as empresas a buscar e construir a igualdade salarial.”

“A lei pede a prestação de contas para empresas com mais de cem funcionários, mas isso não significa que as empresas menores não pratiquem a igualdade salarial entre homens e mulheres. Por isso, peço aos sindicatos que chamem essas empresas e suas bases para conversar e fomentar essa prática em todos os espaços”, disse Maria Helena. 

Dezenas de ônibus, vindos de todos os estados do país e mobilizados por diferentes sindicatos, centrais, confederações e ramos de trabalhadores e trabalhadoras, além de entidades e movimentos sociais e populares, fizeram desembarcar milhares de manifestantes em Brasília nesta quarta-feira. 

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Márcio Macêdo aproveitou a oportunidade para lembrar as políticas públicas e programas sociais que foram retomados pelo governo Lula 3 neste um ano e cinco meses em exercício, mesmo diante de “um congresso Nacional que não respeita as demandas do orçamento já previstas, e do planejamento tirado pelo governo a partir das plenárias com a população”, e reforçou ainda a sua visão sobre o papel dos trabalhadores e trabalhadoras organizados nesse período. 

“A nossa função aqui de dentro do governo é trabalhar e trabalhar para reconstruir o país. A de vocês é pautar o governo e a sociedade. É dizer no que temos que colocar mais peso. O que deve ser prioridade para a classe trabalhadora. Estamos em trincheiras opostas, mas do mesmo lado da história. O lado da democracia”, disse o chefe da Secretaria Geral da Presidência da República.

Antes de partir em caminhada, os militantes ouviram, por fim, o ministro do Trabalho e Emprego. Marinho contou que, caso a política de valorização iniciada no governo Lula 1, em 2005, nunca tivesse sido feita, o salário mínimo hoje seria de R$ 740. Na outra linha, se essa política não tivesse sido interrompida pelos governos Michel Temer e Jair Bolsonaro, hoje, o salário mínimo seria de R$ 1.498. Atualmente, após retomada de valorização em 2023 e 2024, o salário mínimo é de R$ 1.412. 

“Muitas das nossas políticas públicas de hora foram bandeiras que lutamos muito, durante anos e anos. Nós (trabalhadores), temos capacidade de pensar, lutar e persistir até conquistar aquilo que entendemos ser o justo. Os sindicatos precisam voltar a ter a força de sempre para defender a classe trabalhadora”, defendeu o ministro, que já foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, presidente da CUT, além de prefeito de São Bernardo do Campo. 

Marinho contou, ainda, que o governo e em especial do Ministério do Trabalho e Emprego, “está de portas abertas para dialogar com as empresas”, mas que as empresas precisam, na mesma medida, receber os trabalhadores e suas mesas de negociação. A fala do ministro foi em alusão às empresas do Rio Grande do Sul afetadas pela tragédia climática. “As soluções para o país só podem ser construídas de forma conjunta: governo, setor privado e trabalhadores”, disse. 

Confira a pauta de reivindicações da classe trabalhadora neste 22 de maio: 

  • Pela reconstrução do estado do Rio Grande do Sul e por medidas de proteção e amparo a seus trabalhadores e trabalhadoras;
  • Educação: Revogação do Novo Ensino Médio;
  • Valorização do Serviço Público: Contra a PEC 32/Reforma Administrativa;
  • Em defesa da Convenção 151/defesa da negociação coletiva;
  • Trabalho decente: redução da jornada de trabalho e empregos decentes;
  • Salário igual para trabalho igual – Em defesa da lei de igualdade salarial entre homens e mulheres;
  • Reforma agrária e alimento no prato!;
  • Menos impostos para trabalhadores: juros baixos e correção da tabela de imposto de renda;
  • Valorização do salário mínimo e das aposentadorias;
  • Transição justa e ecológica em defesa da vida;
  • Em defesa do PLC 12/24, por Direitos dos Motoristas por Aplicativos.

Veja as fotos do 22 de maio em Brasília