Federação chinesa de trabalhadores e CUT estreitam laços para defender direitos

Xu Facheng, vice-presidente da Ahhui Federation of Trade Unions e Juvandia Moreira, vice-presidenta da CUT, assinaram tratado de amizade entre as entidades sindicais para juntas defender a classe trabalhadora  

Roberto Parizotti (Sapão)

Escrito por: Rosely Rocha

Uma comitiva da Ahhui Federation of Trade Unions, que representa milhares de trabalhadores de 10 indústrias da província chinesa de Anhui esteve presente, nesta sexta-feira (28), na sede da CUT Nacional, onde foi recebida pela vice-presidenta, Juvandia Moreira, o secretário-Geral, Renato Zulato, o secretário de Administração e Finanças, Ariovaldo de Camargo e o presidente da CUT São Paulo, Raimundo Suzart.

O encontro, em que foi assinado um Tratado de Amizade, Comunicação e Cooperação” entre as duas entidades sindicais, abriu um diálogo para que juntas possam unir esforços em defesa da classe trabalhadora.

Os chineses perguntaram detalhes de como funciona a estrutura da CUT e seus sindicatos. Juvandia respondeu e destacou que a CUT tem, por decisão em Congresso, que metade da sua direção seja composta por mulheres. Os chineses explicaram como funcionam a Federação que representam, e a Central daquele país, que representa 400 milhões de trabalhadoras e trabalhadores, diante de uma população de 1,2 bilhão de habitantes. Na China toda empresa que tiver no mínimo 25 trabalhadores é obrigada a se reportar a um sindicato.

Roberto Parizotti (Sapão)Roberto Parizotti (Sapão)

Xu Facheng destacou que a visita ao Brasil tem como objetivo primeiramente reforçar a comunicação, o diálogo dos sindicatos dos dois países, para proteger melhor os direitos dos trabalhadores.

“Tanto Brasil como China são membros do Brics e esta é uma oportunidade para não somente reforçar a amizade entre os governos e países, mas entre os povos”, declarou o vice-presidente da Ahhui Federation of Trade Unions.

Para Juvandia Moreira, a visita dos chineses vai além de um diálogo. Significa conhecer efetivamente como funciona a organização sindical, a sociedade e a economia chinesa.

“Eles têm um planejamento estratégico de longo prazo muito importante, e aqui nós temos um país continental com muitos trabalhadores formais e informais, o que traz muitos desafios, mas diferentemente dos chineses, nós temos uma elite que não tem projeto de país, que não quer regular alguns temas estratégicos para a soberania e o fortalecimento da democracia”, analisa a vice-presidenta da CUT.

Nós queremos conhecer, entender como é que o povo chinês tem essa consciência de que para fortalecer a sua economia é ter o Estado induzindo esse crescimento, regulando as atividades. Por isso, que a economia chinesa cresce tanto no mundo. Já aqui no Brasil, quando se fala em investimento público nossa elite questiona e vê como gasto

– Juvandia Moreira

O secretário-Geral da CUT ressaltou que a troca de experiências entre o movimento sindical brasileiro e o chinês é muito importante porque tem muitas indústrias chinesas aqui no Brasil, e que, ao conhecermos como funciona o sindicalismo na China poderemos trabalhar em parceria

“Se ocorrerem problemas com as empresas chinesas instaladas aqui os sindicados de lá serão um parceiro nosso para resolver a situação. Então, eu acho muito importante essa iniciativa da Secretaria de Relações Internacionais da CUT de convidar uma delegação internacional para troca de experiências”, disse Renato Zulato.

Roberto ParizottiRoberto Parizotti

Ao final do encontro foi assinado o “Tratado de Amizade, Comunicação e Cooperação” entre a CUT e a Ahhui Federation of Trade Unions.

Roberto Parizotti (Sapão)Roberto Parizotti (Sapão) 

 
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