Câmara Municipal de Campinas (SP) celebra 40 anos de história da CUT Brasil

Evento reuniu lideranças políticas e sindicais da região

Vanessa Ramos/CUT-SP

Escrito por: Vanessa Ramos - CUT São Paulo

Sessão solene nesta terça-feira (12) na Câmara Municipal de Campinas, presidida pela vereadora Paolla Miguel (PT), celebrou os 40 anos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), completados em 2023.

 

A ocasião reuniu dirigentes sindicais e líderes políticos, incluindo os vereadores Cecílio Santos e Guida Calixto, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT). As lideranças falaram sobre a atuação da Central em defesa da democracia e dos direitos trabalhistas ao longo das últimas quatro décadas.

O secretário de Mobilização da CUT-SP, Osvaldo Bezerra, conhecido como Pipoka, destacou a importância de pensar os desafios atuais no mundo do trabalho e de inovar as estratégias de luta em prol dos trabalhadores.

“Estamos atentos aos desafios colocados para o mundo do trabalho, principalmente em relação à organização dos trabalhadores”, afirmou Bezerra.

Ele ressaltou que de 1983 aos dias atuais muitas foram as mudanças no cenário laboral, tornando fundamental que a CUT se adapte a essas transformações para garantir direitos e conquistas para todos os trabalhadores.

Pipoka também abordou a influência das novas tecnologias e a reconfiguração dos empregos na atualidade. E enfatizou a necessidade de a CUT abraçar essas mudanças e desenvolver estratégias inovadoras para enfrentar os novos desafios que surgem constantemente.

Pela direção da CUT Brasil, Marcelo Fiorio falou da importância de resgatar o papel do movimento sindical na sociedade brasileira. Parte de sua fala enfatizou um tema polêmico, pontuando que o movimento sindical não defende a volta do imposto sindical, mas sim a busca por uma abordagem mais democrática. Segundo Fiorio, os trabalhadores devem ter o direito de decidir em assembleia a melhor forma de organização sindical.

O dirigente delineou três eixos estratégicos que a CUT pretende abordar no futuro. O primeiro é o fortalecimento do sindicato nas negociações coletivas, visando garantir direitos trabalhistas e condições dignas para os trabalhadores.

O segundo eixo é o rumo da reconstrução do Brasil. Nesse sentido, a CUT busca desempenhar um papel ativo na formulação de políticas que promovam a justiça social, a equidade e o bem-estar da população brasileira.

Ao final, Fiorio enfatizou a importância da questão do desenvolvimento sustentável diante das mudanças climáticas. Ele salientou que os sindicatos devem estar engajados na busca por soluções que conciliem o desenvolvimento econômico com a preservação do meio ambiente, visando um futuro mais justo e sustentável para todos os brasileiros.

Gênero e raça

A dirigente da CUT-SP, Rosana Gazzola Favaro, destacou a importância de inserir a pauta das mulheres na agenda da classe trabalhadora, enfatizando a sinergia entre os sindicatos e a inclusão de questões de gênero e raça nos acordos coletivos.

Ela ressaltou que, em seus 40 anos, a CUT desempenhou um papel crucial na defesa dos direitos das mulheres e na promoção de ações para combater as desigualdades de gênero, mas reconheceu que ainda existem desafios a serem enfrentados devido a uma cultura machista, racista, homofóbica e misógina.

Rosana reiterou a importância de continuar lutando e de colocar as pautas das mulheres no centro das políticas públicas, consciente de que o desafio é significativo, mas necessário para avançar na conquista da igualdade. “Queremos nos próximos 40 anos ter de fato garantido o empoderamento das mulheres”, disse.

Comprometimento parlamentar

Filha de professora e sindicalista, a vereadora Paolla Miguel (PT-Campinas) lembrou de sua infância quando acompanhava sua mãe em congressos da CUT ainda criança. “Isso foi determinante para a minha formação política”, reconheceu.

Durante a sessão solene, falou acerca de uma luta permanente pela manutenção da democracia, dos direitos sociais e trabalhistas, que passaram a ser sistematicamente atacados a partir de 2016. E destacou a relevância do movimento sindical nas últimas quatro décadas.

“Se a gente tem salário mínimo, manutenção do 13° salário, se consegue ter afastamento pelo INSS e ter garantias de direitos, a CUT é 100% responsável por essa manutenção”, afirmou.

Câmara Municipal de CampinasCâmara Municipal de Campinas
Da esquerda para a direita estão Marcelo Fiorio, Osvaldo Bezerra (Pipoka), Cecílio Santos, Paolla Miguel, Carlos Fábio (Índio) e Guida Calixto.

 

Para o vereador Cecílio Santos (PT), as entidades sindicais e os movimentos sociais não devem recuar diante da atual conjuntura. Ao mesmo tempo, defende ser preciso ampliar a disputa das pautas que são caras ao povo brasileiro.

“Não há um país democrático com essa concentração de renda no Brasil, além da manutenção da taxa abusiva de juros, no patamar em que se encontra”, observou.

Já em seu discurso, a vereadora Guida Calixto (PT) fez duras críticas à administração municipal.

Como representante da população campineira, Guida ressaltou a falta de reconhecimento dos direitos dos trabalhadores e a ausência de priorização das necessidades da população trabalhadora.

“Campinas está em uma situação financeira confortável, mas ao mesmo tempo a gente tem uma administração que não reconhece o direito dos trabalhadores, as nossas necessidades, que não prioriza a população trabalhadora, aquela que mais precisa”, avaliou.

Guida argumentou que a prefeitura tem optado por privilegiar o setor imobiliário e o grande capital em detrimento das demandas da população em geral. A crítica da vereadora à Prefeitura se estendeu também ao conjunto dos servidores públicos que, segundo ela, tem sido afetado negativamente pela falta de priorização de suas necessidades.

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