CUT São Paulo cobra apuração rigorosa de ação policial no Guarujá (SP)

Segundo informações veiculadas na imprensa, ao menos 10 pessoas foram mortas no domingo (30) durante a Operação Escudo, desencadeada pelas forças de segurança paulista após a morte do soldado da Rota

Maria Dias/CUT-SP

CUT São Paulo

A direção da CUT São Paulo cobra das autoridades e órgãos competentes uma rigorosa apuração das mortes de pelo mesmo 10 pessoas, segundo informações noticiadas pela imprensa, ocorridas na cidade do Guarujá (SP), no último final de semana, durante a Operação Escudo, desencadeada pelas forças de segurança do estado de São Paulo após a morte do policial militar Patrick Reis, soldado que atuava na Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar).

De acordo com as investigações, o policial foi alvejado com um tiro na região do tórax por um ‘sniper’ do crime organizado durante patrulhamento na cidade da Baixada Santista, na última quinta-feira (27).

Relatos de moradores de comunidades do Guarujá, divulgadas no domingo (30), em reportagem do Brasil de Fato, indicam que podem ter ocorrido abusos na abordagem dos policiais que atuam na Operação. Entre as atitudes dos policiais descrita pelos moradores estão o fato de os agentes estarem usando capuz, o que impede a identificação do policial; a violência desproporcional nas abordagens; tortura e ofensas, inclusive a mulheres.

Além disso, chama a atenção a divergência de informações entre o número de mortes resultantes da Operação Escudo. Enquanto o governador e o secretário de Segurança do estado afirmam o número de oito mortes, a Ouvidoria da Policiais paulista aponta para 10 mortes, com duas mortes a confirmar, o que elevaria para 12 o número de mortes.

Diante disso, a CUT São Paulo manifesta profundo pesar e solidariedade aos familiares e amigos do soldado Patrick Reis, e das demais vítimas dessa operação que, segundo moradores, matou inocentes. A Central se solidariza ainda com a população das comunidades do Guarujá que sofrem com ações violentas como essa.

A CUT-SP espera que a apuração rigorosa dos fatos possa elucidar e punir tanto o assassino do policial militar quanto os responsáveis pela morte de inocentes e os eventuais abusos praticadas pelos agentes das forças de segurança pública durante a Operação nas comunidades do Guarujá, o que reforça a importância do uso de câmeras de monitoramento nas viaturas e uniformes dos policiais.

São Paulo, 1º de agosto de 2023
Direção da CUT São Paulo