27 de Abril: Dia Nacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Domésticas

Sindicato de Campinas presta homenagem a companheiras de luta em solenidade na Câmara Municipal, nesta quinta (27). A iniciativa tem apoio dos Coletivos de Mulheres do Sinergia CUT e da CUT Campinas

Divulgação - Sinditd

Lílian Parise, com informações do Coletivo de Mulheres da CUT Campinas

Para marcar o 27 de abril, Dia Nacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Domésticas, o Sindicato das Trabalhadoras Domésticas de Campinas (Sinditd) convida entidades dos movimentos sindical e popular a participar da entrega da Medalha Laudelina de Campos Mello a três companheiras de luta em defesa de direitos trabalhistas e da organização sindical da categoria.

Aprovada em 2004, por iniciativa da ex-vereadora Maria José Cunha, esse ano a medalha será entregue em solenidade na Câmara Municipal de Campinas, às 20h, em homenagem ao trabalho de Dercilia Pereira Nunes, Vera Lucia Faria e Maria Cleide Costa.

Muita luta, muita história

Para Aparecida Marcondes, diretora do Sindicato, essa é uma grande oportunidade também para “lembrarmos a história de luta das trabalhadoras domésticas por direitos básicos, o que começou em Santos (SP), em 1936, quando Laudelina Campos Mello fundou a primeira Associação de Trabalhadoras Domésticas do Brasil. Já a segunda associação brasileira foi criada em Campinas, em 1961, também com o objetivo de dar assistência e organizar a luta das domésticas”.

“Aos poucos fomos avançando, sempre com muita luta”, pontua Marcondes. A conquista do registro em Carteira de Trabalho só veio em 1972, mas outros direitos fundamentais como férias, décimo terceiro, licença-maternidade e organização sindical, entre outros, só foram conquistados com muita mobilização durante a Constituinte de 1988. Depois, com a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) das Domésticas aprovada em 2013, conquistaram outros direitos como FGTS, acidente de trabalho, seguro-desemprego, jornada de trabalho e Convenção Coletiva de Trabalho.

Muito a conquistar

A sindicalista destaca que “apesar disso, diante da realidade, temos muito ainda a conquistar em igualdade de direitos”. Segundo o Sindicato, a categoria é composta por maioria de mulheres – cerca de 95%, sendo que 66% são negras. Apenas 30% tem registro em Carteira de Trabalho e outros cerca de 30% são diaristas, sem nenhuma proteção das lei trabalhistas.

Outra dificuldade é a realização de um trabalho solitário e isolado, em diferentes e várias residências espalhadas pela cidade. “Isso nos torna vulneráveis a vários tipos de exploração, como desrespeito à jornada de trabalho, acúmulo de função e assédio moral, dificultando nossa organização e a negociação por melhores condições de trabalho e de vida”, afirma a diretora.

A maioria das queixas das trabalhadoras domésticas, segundo ela, inclui o não cumprimento das leis trabalhistas por patrões, o sentimento de desvalorização do trabalho realizado e a discriminação pela sociedade que desconsidera a importância da categoria no dia a dia.

“Mas temos bons motivos para continuarmos na luta, na resistência e na mobilização, contando com a solidariedade de toda a classe trabalhadora”, conclui a dirigente para, em seguida, destacar: “Viva o 27 de abril! Viva o Dia Nacional das Trabalhadoras Domésticas! Juntas e juntos somos fortes!”.

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O que: Solenidade de Entrega da Medalha Laudelina de Campos Mello

Quando: 27 de abril, às 20h

Onde: Câmara Municipal – Plenário José Maria Matosinho – Av, Engenheiro Roberto Mange, 66, Ponte Preta, Campinas (SP)

Apoio: Coletivos de Mulheres do Sinergia CUT e da CUT Campinas