Mulheres celebram conquistas e reivindicam direitos em protesto na Avenida Paulista

Sindicalistas reconhecem atuação do governo Lula em ações que promovem um país menos violento e mais justo para as mulheres

Roberto Parizotti/CUT

Vanessa Ramos e Rafael Silva, da CUT-SP

Movimentos sociais e entidades sindicais protestaram nas ruas da cidade de São Paulo nesta quarta-feira (8), Dia Internacional de Luta das Mulheres.

Em meio à chuva na capital paulista, a mobilização ocorreu no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Sindicalistas da CUT se reuniram momentos antes no Espaço Cultural Lélia Abramo, na Rua Carlos Sampaio, 305, ao lado da estação Brigadeiro do Metrô, de onde saíram em marcha.

Faixas, cartazes e camisetas demarcaram bandeiras como a defesa da democracia, dos direitos das mulheres, contra o feminicídio, por autonomia econômica e emprego decente.

A ratificação da Convenção 190 contra o assédio no mundo do trabalho, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), e o fim da fome também foram pautas da ação nas ruas.

No país, as mobilizações do 8 de março começaram pela manhã. A secretária da Mulher Trabalhadora da CUT São Paulo, Márcia Viana, esteve em Brasília durante o anúncio feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e suas ministras de um pacote de ações voltado à promoção da igualdade e outras causas celebradas no Mês das Mulheres.

Do Palácio do Planalto, Márcia falou sobre conquistas alcançadas após muita luta.

“Celebramos a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições passadas, já que ele é a expressão maior do machismo e do retrocesso, assim como reconhecemos a chegada deste novo governo que traz propostas importantes como a que estabelece igualdade salarial para homens e mulheres que exercem a mesma função”, afirma. 

Para a dirigente, no entanto, ainda existe muito o que avançar. “A luta não termina aqui, temos muito o que fazer, principalmente no estado de São Paulo. Exigimos mais direitos, políticas públicas e a continuidade de ações que tenham um olhar voltado ao combate às diferentes formas de violência contra as mulheres”, completa Márcia. 

Professora de escola pública na cidade de Pereira Barreto (SP) e secretária de Formação da CUT-SP, Telma Victor falou sobre o tema da desigualdade de gênero. 

“Muitas mulheres ganham menos do que homens mesmo tendo a mesma formação acadêmica. Existe uma desigualdade latente no mercado de trabalho em relação aos homens. Além disso, reivindicamos creches que atendam os filhos das trabalhadoras, que mães solo consigam ter sua própria casa, um trabalho digno e possam trabalhar em lugares livres de assédio”, defende.

Assim como Telma, a secretária de Formação da CUT Nacional, Rosane Bertotti, celebrou nas ruas da cidade de São Paulo a atuação do governo Lula em assinar mensagem ao Congresso Nacional de ratificação da Convenção 190 da OIT, sobre violência e assédio no trabalho.

“É dia de celebrar as mulheres que fazem a diferença em seus locais de trabalho e lutam pelos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras”, disse.

Para a secretária Nacional de Direitos Humanos da CUT, Jandira Uehara, o ano de 2023 rompe um ciclo de seis anos de violência promovido pelo governo federal.

“Foram anos de ataques contra a vida das mulheres. Finalmente temos um governo que lança medidas importantes para o avanço da nossa luta, que é longa. Temos muito ainda a percorrer, mas agora em uma situação que nos coloca em outro patamar”, avalia.

Ao lembrar também que este é o primeiro 8 de março desde que Jair Bolsonaro (PL) perdeu a reeleição à Presidência da República, fruto de intensa mobilização do movimento de mulheres, o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, alertou sobre os cuidados necessários diante do novo governo estadual de Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro e apoiador de Bolsonaro.

“Mais uma vez vamos às ruas fortalecer a luta das mulheres do campo e da cidade por respeito, igualdade de salários, oportunidades, políticas públicas e defesa dos direitos, da democracia, contra a fome, o racismo, o assédio e pelo fim da violência. Celebramos as ações do governo federal, mas estamos preocupados com as ações do governador de São Paulo, já que ele vem de uma tradição bolsonarista que segue um discurso antifeminista e violento contra as mulheres”, falou o dirigente.